sábado, 3 de março de 2012

Fragmento

I

-O que tá acontecendo?

II

Mariquita, dá cá o pito,
no teu pito está o infinito.

III

(Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que o resto do corpo nascesse).


IV

Não sei o que acontece. Estou ficcionada, quase obsessiva por esses versos, querida. E tem outros que não me lembro bem, mas também começam com um vocativo e logo depois fala algo sobre o amor, previsível, não? Talvez, sabe bem como são essas coisas. De resto a vida segue normal. Menos a mania nova que adquiri de morder os dedos. De resto é o mesmo desejo tolo de fugir para as terras de algum lugar. Não, não me entenda mal, querida.

V

Sinto uma angústia, quase insolúvel. Não quero dizer que é um mal do mundo, do século. Espero que passe, que vá embora. Me sinto cansada o tempo todo, buscando alguma coisa perdida entre às 8h e às 23h. Não quero solução, nem pílulas, nem amigos, nem cachaça.