domingo, 20 de junho de 2010

Tem dias como esse que o sol brilha bonito depois de dias e dias cinzas que fico com uma felicidade única, diferente. Então pego o livro que comprei a muito tempo e ainda não tive tempo de ler, deito na esteira da varanda acima dos carros e das ruas, acima das crianças que correm, acima do ponteiro do relógio e deixo que o sono venha com aquele calor, e aquelas memórias esquecidas e eu me pergunto se foi verdade ou se foi mais algum sonho lúcido, e depois me questiono se a vida toda não seria um grande sonho lúcido.
Então fecho as páginas, preparo alguma coisa imaginando seus olhos chilenos me dizendo sobre as comidas tropicais, e o quanto as frutas são agradáveis e o quão ruim seria morar em qualquer lugar que não fosse entre os trópicos que estamos e eu iria rir docemente comentando, por minha vez, o quão cafona achava viajar para a Europa.
Depois me perco contando os dias no calendário tentando comparar o que foi e o que virá. Claro, muito clichê, me diria como todas as músicas e poemas desesperados feitos na calada da noite. Talvez seja esse mesmo desespero, então, concluo.
Faço ligações desesperadas, e todos dizem a mesma coisa. Concluo o dia, sem conclusão alguma, sem saber sobre você e eu, mas agora que o sol bonito, claro e laranja já se foi, me dou o direito de perder-me em qualquer coisa que não seja a busca para nos esclarecermos.