Alguns momentos não era mais ela mesma, era outra; agressiva, feroz, raivosa, impiedosa, cruel. Desconhecia o motivo de sê-la, de assim agir.Sentia-se tomada por um impulso de jogar tudo pelos ares, arremeçar os pedaços e migalhas no espaço, ah, quando fizesse isso seria tão bom, tão bom, talvez somente assim se livrasse dessa, mas era um equívoco, também; afinal de contas quando voltava a ser ela mesma entristecia-se e passava o resto dos dias triste.
Nesse exato momento era consumida por aquele fel referido e sentia, em todas as suas células, uma raiva impossível, uma vontade de liquidar toda a coisa que fosse dela, e via bem como seria bom, doce, mas muito doce, abandonar tudo e qualquer situação que fosse dela, que algum dia tivesse sido, que pudesse, em sonho, ser dela. Queria nada, e assim ter tudo.
Esse dia estava para chegar, estava, claro que estava.
