sábado, 12 de dezembro de 2009

Coisas de mulheres e mulherezinhas;

Marisa não sabia como agir nas situações, mesmo que nas simples, quando tentava sair para o Mundo e ele a tocava com todos seus dedos, ou mesmo que fosse apenas um, de leve, se fechava como um tatu-bola, a diferença era que ela não tinha uma carapaça de quitina, logo ficava exposta, sem fuga. Passava seus dias se esforçando para não a verem; única saída nesse sistema caótico, um dia conheceu Thomas. Tinha um cabelo estranho, pernas ligeiras e olhares profundos e compenetrados, falava pouco e tinha um tique na sobrancelha, Marisa ganhou margaridas, Thomas conseguiu sorrisos com o abrir das janelas, Marisa agora andava pelas ruas mais livre, comprou até um vestido, Thomas preenchia suas horas pensando em estratégias para ver Marisa sair daquele casulo, Marisa deixou murchar as flores, Thomas encontrou outro emprego, Marisa comprou uma calça azul, Thomas comprava comida congelada, Marisa&Thomas.
Marisa andava na rua e colocava flores no cabelo, andava nos cantos e ninguém a via.
Thomas pisava duro sobre o cimento da cidade, não tinha mais tempo para a poesia de Marisa.
E era, assim, que Marisa fazia poesia.