sábado, 24 de janeiro de 2009

17 anos

Eu te conheci e você tinha 12 anos, estávamos na 5º série, você era aluna nova na minha escola que já era assim por dizer minha a muito tempo, desde os 8 anos de idade. E não lembro exatamente como começamos a nos falar, até mesmo minha boa memória não se lembra, e talvez seja apenas pelo fato de sempre termos nos falado. Você sentava no meio da sala de aula, e eu na ponta, do lado da porta e nem lembro como você veio sentar perto de mim.Ou se eu quem fui sentar perto de você. É claro que tivemos nossas desavenças de 12 anos de idade, brigar pelo tênis de mesa, e quando lembramos hoje de tudo isso ficamos até constrangidas pelo quão infantil éramos e não acreditávamos que o fosse.
Apesar de tudo isso sempre tivemos uma amizade bonita, uma pronta -até quando estávamos brigadas- a ajudar e apoiar a outra, em debates, ideologias e a defender com unhas e dentes o direito da outra falar.Mesmo que não concordássemos com as ideias da outra. E talvez tenha sido isso que sempre fez com que vencêssemos a distância e a diferença, esse apoio mutuo e que nunca deixou de existir.
Você me viu crescer, como sempre afirmou, e eu também te vi crescer. Passamos momentos bons e difíceis juntas; afinal quem não lembra da glória de convencer uma escola toda do nosso projeto de camiseta para formatura e do desespero que foi também a 8º série com aquele medo da prova da Embraer?
Você me viu aprender a ler, a me tornar vegetariana, eu te vi virar hippie. Ah fizemos tantos planos lembra?Se não passássemos compraríamos uma Kombi e iríamos viver dentro dela, com nossa hortinha e trabalho voluntário.Ah sim, você acompanhou minha fase punk, e o despertar ao rock britânico. E era tão engraçado, provavelmente, as pessoas verem uma punk e uma hippie juntas, não?
E agora você tem 17 anos, e faz jus a todos eles. E eu me sinto tão comovida pelo seu aniversário, afinal talvez você seja uma das poucas amigas que tenho e que me viram mudar tanto e que sempre estivemos juntas.
E possivelmente sou seu karma de vida, já que queremos ir para a mesma faculdade e tenho certeza que vamos, afinal já vencemos tantas coisas, passamos por tanto.
Você em todos esses anos sempre me ouviu, apoiou, deu bronca, mandou eu ir me tratar, mas sempre esteve lá; me viu chorar pela primeira vez na frente de alguém e segurou minha mão no dia da nossa colação de grau.
É quase óbvio que eu te amo, mas para ficar bem claro: Isabel, eu te amo muito. E você sabe que não fiz esse post antes porque estava sem blog. E você é uma irmã para mim, mesmo. Afinal temos nossas diferenças mas sempre estamos lá para defender uma a outra e esse ano é a mesma sala novamente.