Quando o Sol bate queimando meu rosto na descida cotidiana, às vezes, acho que deveria invadir seu ateiê, derrubar todas suas tintas quebrar seus lapís, atear fogo em tudo e ficar rindo do seu circo particular sendo falido, acabado, desintegrado. Então, eu imagino os milhares de tintas no chão e a quantidade de pó que formaria, logo depois eu vejo que o melhor mesmo era o silêncio secular pelo simples fato de que nunca conseguirei te perdoar, ainda que essa seja uma palavr forte, mas é verdade. E hoje, você, travou minha poesia, meu lirismo, e tudo aquilo que me mantinha e eu estou aqui, pedindo uma pausa, por favor.
Não cabe tanta coisa mais em minha cama, nem nos meus livros, nem nos meus papéis, nem nos meus desenhos, nem em lugar nenhum, e eu digo; ando tão down. Em ondas de impossibilidade, confundindo tantas coisas que não deveria ser confundidas. Mas acho que nunca mais vou conseguir te perdoar; por me furtar essa poesia, por me negar o que quer que seja, por me deixar lucida, por tudo.
Queria muito te espancar, até que morresse e eu olharia a cena, e não sentiria mais nada.
O fato é que agora eu estou acabada, completamente.
Fim de pausa, que amanhã vai ser outro dia.