Sim, meu bem, eu sei que quando começo a usar essas expressões é porque já não sei muito mais o que digo as-coisas-como-elas-são e assim-que-é-mesmo, mas veja bem, de tudo que sempre planejamos; liberdade, as nossas lutas e cartazes na avenida, milhares de teorias noturnas só ficamos, em um barco no meio de um oceano maior, gigante, abandonados a nós mesmo sem sermos sequer marinheiros. Não pretendo, de forma alguma, ser salva, não sequer acredito na possibilidade de salvação; essa vodka sem gelo no copo de plástico e os delírios da madrugada que não perduram por minutos sequer, ou o pouco tempo que tentamos ser um, essas doses diárias de morfina que supostamente nos ajudam a viver: já não quero mais ingerir. Os carros na calçada, casais se abraçando na fila de cinema e famílias na praça da pequena cidade como um cotejo passa em cima de mim, não acredito na salvação. E por isso agora te dou a chave dessa algema pendurada ao pulso; livre-se de mim. Por que? Pelo simples fato de que eu entrego meus remos, eu faço um furo nesse convés, eu jogo meu colete salva-vidas e você, bem você...Você acredita que pode seguir bem!Mas eu me cansei de me encher de você e seguir bem, feliz, radiante e à sua distância pesar novamente, sim, sim, sim, sim, essa bebida, esse calor nos tansfrmaram nas personagens daquele conto do Caio Fernando, mas me deixa assim agora, bate a porta com volúpia, vira o disco da Angela Rô Rô e eu sigo mais manca do que me achou, menos incrédula.
Vá.