sexta-feira, 24 de julho de 2009

Não adiantava

Aquelas lágrimas nos olhos, e a unha roída estragando o esmalte novo, o soluço sufocado na garganta e a desilução, a descrença e a marca de mágoa que me deixou no rosto. Não adiantava. Nem meia garrafa de vodka, nem um poema, nem esse texto, nem o desabafo. O sentimento prevalecia. As palavras lidas na tela ficaram na mente como o gosto ruim de morangos mofados na boca, e tantos cuidados, tanto amor, tanto afeto acabando na podridão dos morangos. Até mesmo o controle para não escrever isso, agora não valia mais a pena, porque o que queria era que ela também sentisse essa mesma dor, de um jeito ou de outro; com remorso, física, mental, que uma solidão também lhe cobrisse.
Sentia-se trocada, dane-se tudo! Era apenas isso.
Também sabia que transformar a tristeza e mágoa em raiva nunca havia salvo ninguém.