sexta-feira, 24 de abril de 2009

Apanhadores de estrelas


Havia uma lenda passada de geração em geração, sendo assim, um dia tornar-se-ia mito e depois apenas uma memória, tal qual a chama de uma vela bruxelante, sobre meninos que caçavam estrelas. Como aconteceu há muitos anos, e a escrita ainda não existia, foi sendo modificada de geração em geração, agora vos conto como a escutei.
Houve um momento que as coisas esperavam no silêncio para serem descobertas, tal qual ainda acontece com as palavras, e em um único grito cortante materializou-se tudo; sobre as cabeças estendia-se um cobertor celeste, uma imponente luz retirava tudo da sobra, o coaxar dos sapos, a lamúria das cigarras, o borburejo dos lagos, aos poucos criavam mais um infinito de seres que sempre haviam existido apenas aguardando o momento de aparecer.
Nenhum questionamento a cerca do dono daquele grito materializador foi feito, pois ocorreu quando o sentido e a ação não necessitavam de grandes explicações, e tudo era apenas o que era, nada mais. Os homens já existiam a tempos, não da forma atual, e presenciariam o estopim da criação, sem criador, d tudo aquilo que sempre existiu(...)

continua...