domingo, 1 de fevereiro de 2009

Sobre ser escritora

Lembro como se fosse ainda hoje quando ganhei meu primeiro prêmio literário, na 2º série do Ensino Fundamental em um concurso de redação da cidade sobre Monteiro Lobato e os 500 anos do Brasil, até hoje ele está emoldurado na parede do meu quarto, com uma moldura cor-de-rosa em pátina, meio embolorado pelas infiltrações da parede. Mas não eu ainda não queria ser escritora e na verdade ignorei qualquer talento de ecrita até a 5º série da escola, quando começei a escrever poemas- Deuses, como eles eram ruins!Dá até vergonha de lembrar que mostrava a alguém.Mas passou também, nas aulas de redação ele aparecia, esse talento, mas era apenas mais uma matéria em que eu ia bem, anda mais.Mas mesmo assim sempre vivia a sombra de pessoas que eram melhores naquela decoreba de 'climax' e os diabos que ensinam na escola.
Mudei de profissão, claro.Nunca pensei em sê-lo; escritora.
Mas um dia, no duro, eu via que me faltava algo, uma mão, sabe?Como se por mim, como estava não bastasse, eu tinha de colocar para fora tudo que me incomodava, tudo que sentia.E a mão do nada ganhou o que faltava e finalmente estava completa.Entretanto eu não era escritora, da forma de sê-lo mesmo, completa. Eu seria química ainda.
E foi a segunda grande metamorfose, a escritora nasceu, com o abandono da faculdade de química e veio; escritora.Parece que era para ser sempre assim, escritora.E agora nada consegue abandonar isso.
Acho que essa é a história de sobre ser escritora.