
Sentia suas mãos sujas da terra remexida a poucos minutos fazendo seu serviço. As linhas da vida marcadas na palma da sua mão, que nasceram antes das linhas da testa sinais da idade, estavam bem delimitadas por aqueles tons marrons e um rastro de suor ardeu-lhe os olhos, movendo-os para cima pode ver o Sol que lhe marcava a pele e criava as pintinhas na sua pele, e de tantas já parecia que sua cor era bronze, não mais aquele alvo de sempre.
Sentou-se no chão, sabia que se sujaria seu vestido e isso lhe renderia grandes sermões da sua mãe, mas mesmo assim gostava de apreciar seu serviço no jardim.
Aquele serviço que era um sonho também, e nunca pode imaginar que um dia viria a morrer. Mesmo que fosse um desejo constante da sua mente, queria imaginar que aquela vida, como as outras seguiria indiferente da sua, e naquele instante sentia um amor beátifico como nunca poderia sentir imaginava por outra coisa, outro ser.
Todo amor que havia na vida por uma simples mudinha de planta que havia pago R$1,00 de um ambulante que a tinha como tantas outras.
