Eu queria poder ter te dito pessoalmente os votos, ter te levado naquela balada que imaginamos (?) juntas, ainda que possa estar equívocada com esse plural. Eu queria ter te feito o meu bolo que você tanto gosta, comprado chapéuzinhos coloridos, bolas de bexiga e cantar sorrindo louca um parabénsparavocênessadataquerida, antes disso, claro, eu teria gasto semanas planejando uma surpresa para você, procurado um livro, um estojo de lapís-de-cor, e escrito uma carta linda para você dizendo que mesmo não sendo mais young and sweet, nunca deveria perder sua essência.
E eu fiquei com todos esses quereres olhando uma janela de ônibus para fora, assim que abri minha agenda para ver tudo que eu deveria fazer e estava marcado sua data de aniversário, como me esqueci? Não sei, e fiquei tentando imaginar se alguém havia lhe feito um bolo, se tinha comido bolo, se estava comendo, o que andava fazendo, e deu uma tristeza grande mesmo, um aperto de ter que ficar com minha vontade para mim mesma e sem conseguir nem chorar de mansinho no travesseiro que agora não possuo mais.
Mas, ainda assim, se por ventura algum dia vier a ler esse espaço, uma vez mais, saiba que eu, sinceramente, te desejo um ótimo aniversário, 18 anos lindos, e mágicos, sobretudo que aprenda; viver vale a pena.
Vale muito a pena.
Sinto muito por não ter cumprido todas as minhas promessas mudas; morar juntas, cuidar de você, de mim, do nosso jantar, te dar colo, panquecas, rosas&morangos, mulheres, saideiras. Alguém algum dia poderá te dar isso.
Feliz Aniversário, Mariella.
