Ferida aberta bem no peito, que nem chega a ser uma chaga, e eu colocando meus dedos nela, apertando, virando, analisando, tentando esquecer a noite do peito exposto, machucado. E sorrio de manhã pensando; está cicatrizando, está melhorando. Lembro do Caio e pra sempre perdeu-se no dia que deixou de doer, um dia deixa, eu sei. Um dia.
Pra não aprender a esconder a ferida, a fechar o peito, o buraco.
Pra não deixar de se machucar novamente.
Pra sorrir todos os dias quando o sol diz bom dia.
Pra sorrir todas as vezes que a fumaça saí doce da boca.
Pra continuar.
