terça-feira, 3 de novembro de 2009

É preciso

É preciso de uma grande paciência todos os dias
Para não mandar tudo para os ares
e comemorar os pedaços sobrados ao chão
Para conseguir engolir a comida goela a baixo
Para não levantar a voz com o amor
Para não dar cabo dos problemas de vez
Para não matar quando te dizem que o sem remédio
remediado está
Para não mandar para os quintos do inferno toda a gente

È preciso de uma grande sabedoria todos os dias
Para não se matar com a própria ignorância
Para não se intimidar com poemas ruins
Para não se enciumar sem necessidade
Para acreditar no grande amor
Para olhar dos dois lados antes de atravessar a rua

É preciso resiliência todos os dias
Para agüentar os ônibus lotados
Para suportar os dias chuvosos sem guarda-chuva
Para entender a separação e o fim de um amor
Para sorrir pela manhã e dizer bom-dia

È preciso de um grande amor todos os dias
Para te abraçar, aninhando nos braços
Para te mimar, matando seus mínimos desejos
Para agarrar durante a noite, em um instinto de criança
Para, finalmente, conseguir ter paciência, sabedoria e resiliência.