Eu tinha criado tudo isso agora não sabia mais o que fazer, onde pôr, onde colocar e como ficar apenas comigo mesma. Era Tereza, era Maria, Julia, Ana, Beatriz, Rosa, bebida, cigarro e calça apertada.
O amargo da boca, e as loucuras das madrugadas. De revirar as páginas dos livros, de pôr as saias rodadas, de entoar musicas e assobiar em voz baixa, de te amar e chorar, e passar as noites em claro, sobrava tudo aquilo que nunca era nada e sempre era tudo.
Eu parava cansada, exausta, querendo uma data, um beijo, uma memória e nada vinha. A certeza de se ter tanto, e não ter mais nada consolava as noites em que multidões falavam entre nós, e agora era apenas eu, e eu mesma na penumbra do quarto claro, das amnésias literárias.
Os dias em que apenas a escrita pode te consolar, os morangos mofaram nas nossas bocas e campos estão à frente.
