quinta-feira, 13 de agosto de 2009

tarde de quarta-feira


Não era quarta-feira de cinzas, ainda que as cinzas espalhassem-se pela mesa, já que não existia cinzeiro. Havia tão poucas coisas reais para um diálogo e ao mesmo tempo a conversa não chegava a um fim seria por exatamente isso?Por não haver um começo não haveria fim.
Perdia-se em um pensamento aqui e acolá, na fumaça que se prendia no guarda-sol verde sem ter praia, ou na mesa ao lado.
Não era dia de tristeza, ou melancolia, nem pelas mensagens nunca respondidas. Era uma companhia numa tarde de quarta-feira que não era de cinzas e se prolongaria até a noite com as cinzas pelo comodo.
Eram pernas que andavam, paravam e riam. Eram olhos que se descruzavam e antes de tudo era a despreocupação.
Um dia sem morangos mofados.