sexta-feira, 10 de julho de 2009

Frida me entenderia...

Querida Frida,

Estou muito bem; tudo virou poesia e agora rima entre versos e linhas no meu caderno. As máquinas de costura chegaram, agora basta ser feliz. Amanhã verei minha pequena, que anda tão mal, com seus parafusos e neuroses; artistas, você sabe.
Ando com uma grande vontade de dançar, de voar pelos ares em pedaços, em cores, cheiros e brilhos. Não sei fazê-lo, mas estou feliz, feliz não, só não estou triste. Nem um pouco triste, há algo adormecido, eu sei, irá despertar, claro, e mais uma vez encherei laudas com minhas tristezas, Frida. Por enquanto há apenas a felicidade da espera, de quando uma evidência não chega; não esperarei por ela. Decidi viver a vida, não há paz fugindo da vida, já diria Virginia Woolf.
Tenho conversado com outra amiga, também, fora dos convencionais, desabafo; desabafa também. Fazemos considerações e apenas existimos, agora, um para o outro.
Ando escrevendo, também. Há uma leitora em mim, que quando páro, brota nas folhas como flor em campo. Falando nisso, meus morangos crescem em minha janela, estão grandes e quase madurando; falta pouco para colhê-los, eu sei.
Frida não há por enquanto mais nenhuma novidade, espero notícias em breve.

Da mulher de sua vida, Ana.