sexta-feira, 10 de julho de 2009


Estava na mesa, olhava ao horizonte. A caneta pousava em sua mão e a folha a chamava. Fez aquele mesmo olhar de sempre; escreveria sobre qualquer coisa que pensasse.
A noite caia, e os seus olhos negros estavam a fitar a folha, o cabelo sujo pendia para a esquerda completamente descabelado; há dias não saia dai, daquela mesma posição. Amontoava-se os papéis escritos de um lado e a borracha do outro; unindo-se em sua mão. Vazando em sua folha; a tinta manchava, às vezes, pela lágrima e suor da mão, seus olhos fitavam o nada; era o que esperava o belo e fabuloso nada.
Formava-se como escritora, sabia agora que o era, longe daquela tela de computador, longe do título de blogueira, a tosse a lembrava; era escritora.