domingo, 12 de julho de 2009

Confissão de uma mulherzinha em crise.


Tenho 15 mulheres dentro de mim, e mal consigo ouvi-las, elas deveriam decidir entre elas, e só depois me incomodar com os respectivos pensamentos. Tenho 1 mulher fora de mim, e dentro da cabeça e do coração, ocupando as quatro cavidades, sem deixar, às vezes, espaço para o próprio sangue ser bombeado, quando ele o é, é porque ela decide correr em minhas veias também, e quando se vai com outra que passa, fico oca, vazia.
Como escritora posso mentir; que sou essa dor que sinto, e que não sinto nada, resta me olhar no espelho e decidir logo de uma vez que atitude tomar, já que na hora de dormir consigo apenas fitar a sua blusa esquecida no canto a te esperar.
Jurei que entenderia quando isso ocorresse, e quero fingir que entendi, ou talvez, esteja mentindo que entendi você nos braços, nas pernas, na boca, nas mãos da outra, e talvez no coração, mas que só há tristeza pelo segredo de tudo isso. Não aceitaria seu coração em outro lugar que não na vista dos meus olhos?
Aceitaria sim(?).
É apenas minha confissão, a confissão de uma mulherzinha em crise, que rói unha, faz greves de fome, finge-se de morta para não ver que você não está aqui.
Te sufoco, sei, deve estar se sentindo sufocada agora que tá lendo isso, mas me sufoco aqui também, e não consegui evitar esses desespero de fazer virar poesia de uma vez por todas.