a flor nascia novamente no asfalto
sem platéia, ou algum poeta para fazer-lhe uma mensura
restava apenas aquela menina,
escritora de poemas sem-vergonha
e dizia-o pela qualidade.
no asfalto, aquele caule frágil,
com custo havia atingido a luz solar
e agora estava lá
sem cor
como a última
atropelada por um ônibus em 64
e mesmo em 80 não mais lembravam sua existência
perdida, degenerada
nascia agora
na ideologia da poeta depressiva
que também era uma flor desbotada.
Nascia ali, no asfalto, um flor.
quando ninguém mais tinha tempo
de ver flores nascendo
ou as queria
no meio de um mundo de asfalto, nascia a flor.
